Pela quarta eleição na suplência, Avalone herda vaga de deputado

Com a saída do deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB)  da Assembleia Legislativa (ALMT) para ocupar o cargo de conselheiro do  Tribunal de Contas do Estado (TCE), o empresário e ex-secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Carlos Avalone (PSDB), 1º suplente, herdará a vaga do parlamentar.

Avalone obteve 14.263 votos em 2018, se tornando pela 4ª vez suplente de deputado. O curioso é que Avalone assumiu a vaga pela primeira vez de deputado em 2007, quando Guilherme Maluf se licenciou para tratamento de saúde.

Na legislatura passada, ele chegou a assumir a cadeira de deputado quando Wilson Santos (PSDB) foi para a Secretaria de Estado de Cidades (ex-Secid). Depois se tornou secretário da Sedec.

Ararath

Avalone é investigado na Operação Ararath, por conta da empreiteira Três Irmãos, da qual era sócio. Durante a Operação Malebolge – 12ª fase da Ararath – em 2017, a Polícia Federal encontrou vários documentos que revelaram vários repasses feitos pelo gabinete do ex-governador Silval Barbosa à empresa da família Avalone poucos dias antes de encerrar o mandato.

De acordo com relatório da PF, tais repasses podem estar ligados as devolução de recursos de obras públicas tocadas pela Três Irmãos Engenharia para que Silval pudesse pagar propina a diversos agentes públicos.

Diante disso o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, determinou a quebra do sigilo bancário da empresa Três Irmãos, em novembro do ano passado.

A PF ainda alega que encontrou constatações de divergências entre operações financeiras e documentos utilizados para justificá-las. 

Em sua delação Silval afirma que Avalone e seus irmãos, que são sócios na empresa Três Irmãos, pagaram propina com um cheque sem fundo.

A propina seria proveniente de contratos do programa “MT Integrado”, que assegurava investimentos de aproximadamente R$ 1,5 bilhão para pavimentação. Avalone teria entregue cerca de R$ 2 milhões em cheques ao ex-governador Silval Barbosa (PMDB), a título de propina do “retorno” dos contratos das obras. Alguns desses cheques (R$ 800 mil), no entanto, teriam retornado por falta de fundos e acabaram não sendo posteriormente quitados.

Carlos Avalone nega as acusações desde que vieram à tona. A reportagem não conseguiu contato para que ele comentasse o assunto.

Texto: Pablo Rodrigo/Gazeta Digital (GD)