Polícia Federal prende um suspeito em MT, outro está foragido

Um dos 12 brasileiros envolvidos na Operação Hashtag, que investiga um grupo virtual acusado de planejar atos terroristas no País, entregou-se no fim da tarde desta sexta-feira (22) a policiais federais em Vila Bela da Santíssima Trindade, Mato Grosso.

Na quinta-feira (21), 10 pessoas foram presas em diferentes estados e encaminhadas para a Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.

De acordo com a Polícia Federal, o suspeito também será encaminhado a um presídio federal após ser ouvido pelos agentes. Ele se entregou por volta das 18h na cidade mato-grossensse, que faz fronteira com a Bolívia.

Com a prisão desta sexta-feira, resta um brasileiro, Leonid El Kadri também do Mato Grosso, que está foragido na operação da PF (Polícia Federal) que investiga a possível participação de brasileiros em organização criminosa de alcance internacional, como uma célula do Estado Islâmico.

Os 12 suspeitos compartilhavam materiais que ensinavam como construir uma bomba e disseram que a Olimpíada do Rio de Janeiro era a oportunidade de irem para o paraíso.

El Kadri  foi condenado em 2002 a seis anos de prisão por roubo qualificado e homicídio e cumpriu pena em Araguaína (TO).

Segundo conta a irmã de Leonid, Zeina El Kadri, ele tinha acabado de completar 18 anos e admitiu ter feito parte de um grupo que assaltava comércios, e então um dos membros foi assassinado por outro que estava interessado em ficar com todo o dinheiro arrecadado.

Zeina, que falou com o irmão pela última vez na terça-feira (19), diz que ele sempre alegou inocência do homicídio, e ela então cursou Direito para defendê-lo. Atualmente, eles pedem revisão da pena de Leonid, que teria ressarcido parte das vítimas de assaltos do bando.

“A família está espantada, ele é um excelente pai, ganhou a guarda do filho [de quatro anos]. Nunca imaginávamos que poderia acontecer algo assim, ele não tem ligação nenhuma com grupos terroristas. Ele é muçulmano, sim, aderiu à religião quando esteve preso, mas a família não é. Nosso avô era libanês e muçulmano, mas o Leonid não aprendeu com ele”, explica Zeina.

Segundo ela, ele estava morando em Vila Velha para cuidar de outro avô e estava se mantendo com “bicos” de pedreiro. Ela acrescenta que acha todo o processo “muito estranho”, já que recebeu apenas um mandado de busca e apreensão da casa de seu irmão, mas não um mandado de prisão. Por isso, ela não entende que ele esteja “foragido”.

Além disso, ela ressalta que o irmão está há um mês sem telefone. “Como seria possível interceptar ligações e mensagens dele?”.

Texto: Portal Sorriso MT com Uol