Prejuízos para 5 mil caminhoneiros atolados aproximam de R$ 10 mil por dia

Os prejuízos para os caminhoneiros que estão parados há quase um mês em um trecho de 50 km da rodovia BR-163, no Pará, alcançam aproximadamente R$ 10 milhões por dia. O cálculo é da Associação dos Transportadores de Carga de Mato Grosso (ATC/MT). Homens do Exército chegaram com cestas básicas para os motoristas ontem (1°).

Aproximadamente cinco mil caminhões estão atolados na região. Grande parte dos veículos é originária de Mato Grosso e estão carregados de soja. Os caminhoneiros utilizam o trecho para chegar ao Porto de Miritituba (PA), um dos principais locais de escoamento da produção de grãos mato-grossense. 

Miguel Mendes, que é diretor executivo da ATC/MT, explica o cálculo feito na contabilização dos prejuízos. “Cada caminhão está deixando de faturar R$ 2 mil por dia parado, em média. Se lembrarmos que existem quase 5 mil veículos por lá, a conta dá R$ 10 milhões de prejuízo por dia”, afirmou.

Ele disse que a primeira equipe do Exército – que deve realizar um trabalho humanitário e de segurança no local – pousou no aeroporto de Itaituba (PA) somente nesta quarta. O ministro Blairo Maggi chegou a afirmar, no final da semana passada, que os trabalhadores que estão isolados no local receberiam a ajuda a partir do domingo (26). 

O representante dos caminhoneiros afirmou que a situação deve começar a melhorar somente na próxima semana, já que as chuvas ainda estão castigando a região. A ATC pediu para o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) – órgão responsável pela manutenção da rodovia – um reforço no maquinário e no número de técnicos para que as obras andem e para que as vias sejam desocupadas.

 “A situação já é complicada por ali há algum tempo, então tudo era uma tragédia anunciada. Esse ano foi o mais crítico porque choveu muito. Sem contar que houve um aumento no fluxo de veículos por conta do aumento da produção registrado nessa safra. Nesse tipo de situação uma estrada asfaltada já tem problemas, então imagina em um trecho de terra?”, questionou. 

Produtores

O vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Elso Pozzobon, explicou que, por enquanto, os produtores não estão sentido de maneira direta os problemas. Mas o problema poderá chegar ao campo dependendo do tempo de resolução da questão. 

“Diretamente ainda não está atingindo o produtor porque são as tradings que transportam os grãos. Mas se persistir o problema, as empresas vão ter que repassar o custo do frete adicional ao produtor. Isso poderá fazer com que, inclusive, a produção seja escoada para o Sul, o que deixaria o frete mais caro ainda”, pontuou.

O representante afirmou que o setor também está em contato com o Governo Federal e que, de imediato, já foram exigidos que o local ofereça nos próximos dias pelo menos uma condição de passagem para os caminhoneiros. “Já passou da hora do Governo Federal terminar a conclusão das pistas nesse trecho. Nós esperamos que isso aconteça após esse período de chuva  Deixar essa situação assim é uma vergonha”, finalizou Pozzobon.

Texto: Rdnews