Decriminalización de las drogas en Portugal: 20 años después
PRF têm dificuldades em reabastecer viaturas e aeroporto de MT pode ter voos cancelados por conta de bloqueios
A manifestação de caminhoneiros e transportadores em Mato Grosso já tem causado diversos impactos, principalmente no interior do Estado. Com a intensificação dos bloqueios na BR-163 e mais interdições totais em Diamantino e em Sinop começou a ser registrada a falta de combustível em alguns municípios.
Em Sinop, as viaturas da PRF (Polícia Rodoviária Federal) estão com dificuldades para reabastecimento. Em Cuiabá, alguns problemas também começam a aparecer. No Aeroporto Municipal de Sinop, não está descartado o cancelamento de voos, caso o impasse perdure.
De acordo com a assessoria de imprensa da PRF, as viaturas que estão situadas em Sinop estão com dificuldades para serem reabastecidas, já que está faltando combustível na região. Caso o bloqueio permaneça, a situação ainda pode piorar e outros municípios deverão ser atingidos. Segundo o Sindipetróleo (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso) , em Cuiabá já faltam produtos nas bases de distribuição.
Desde o início dos protestos, foram identificados atrasos pontuais na entrega de produtos. O abastecimento vinha sendo reestabelecido com lentidão, não chegando a faltar todos os produtos (óleo diesel, gasolina C e etanol hidratado) ao mesmo tempo. Porém, com o aumento nas interdições e a adesão de outros Estados, a situação se agravou.
Em Sinop, já foram confirmadas a falta principalmente de óleo diesel e de etanol anidro para mistura na gasolina. Em Alta Floresta, a expectativa dos donos de postos é que o estoque de óleo diesel dure só até a noite de amanhã. “Meu caminhão carrega 35 mil litros. Fui buscar etanol, gasolina e diesel, mas só havia gasolina. Meu caminhão está aguardando, mas não há previsão para o carregamento”, relatou uma empresária da cidade.
“No posto tenho estoque para mais dois dias. Na TRR, já era para ter acabado, mas ai invés de entregar a quantidade desejada pelos meus clientes, oferecia um volume menor para conseguir atender a todos. Desta forma, eu me preparei. Mas no posto já é difícil fazer racionamento”, relata Vilson Kirst que é revendedor de combustíveis e proprietário de uma empresa que comercializa produtos para as lavouras.
Vale lembrar que a BR-163 é a principal rota de transporte de combustíveis, sendo que pela rodovia são transportados aproximadamente 80% dos produtos comercializados nos postos de Mato Grosso. Mesmo que os bloqueios terminassem hoje, ainda seria necessário mais tempo para que a situação voltasse ao normal. Isso porque os caminhões demoram até três dias para sair de São Paulo e chegar ao Estado.
Aeroportos
A Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) informou aoOlhar Direto que no Aeroporto Internacional Marechal Rondon, localizado em Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá), a situação está normalizada e ainda não há nenhum problema referente a combustível. Em Foz do Iguaçu (PR) a recomendação era de que as aeronaves voassem de tanque cheio para evitar ter de reabastecer no município. O preço do litro da gasolina chegou a custar R$ 5 reais na cidade paranaense.
De acordo com o superintendente do aeroporto de Sinop, Liomar Repevuzuk, “assim que ficamos sabendo da mobilização dos caminhoneiros nós planejamos e conseguimos fazer um estoque. Porém, se as interdições continuarem a tendência é que nós fiquemos com algumas restrições”.
O superintendente ainda revela à reportagem que caso o impasse não seja resolvido o quanto antes, há risco de que voos sejam cancelados: “Estamos fazendo de tudo para que isto não aconteça (cancelamento de voos), porém, tendo restrição, pode ocasionar sim alguns cancelamentos por motivo de segurança. Também analisaremos se vamos pedir que as aeronaves venham para cá com o tanque cheio, para não precisar reabastecer no município”.
Em todo país, os bloqueios de caminhoneiros são realizados nos estados de Mato Grosso, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais. A categoria protesto contra alta dos combustíveis, pedágios e redução de frete.
Texto: Olhar Direto