Professores dizem que sem nova proposta a greve continua

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), Henrique Lopes, afirmou que, se o Governo Estado não apresentar uma nova proposta para a categoria, a greve não será encerrada.

Os servidores da Educação estão de braços cruzados há exatamente 44 dias. Na terça-feira (12), eles rejeitaram parcialmente a proposta apresentada pelo Governo e decidiram manter o movimento.

Já na quarta-feira (13), a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informou que, a “princípio”, não vai fazer uma nova proposta aos servidores do ensino público.

A pasta já anunciou a realização do concurso público e adequações no projeto das parcerias público-privadas (PPPs), principais reivindicações da categoria.

Se a princípio não tem contraproposta para os professores, a princípio não tem assembleia e, a princípio, a greve continua. A equação é simples: sem proposta, a greve não termina”, disse o sindicalista.

Conforme Lopes, apesar de o Governo ter avançado na questão do concurso público, tem falhado nos quesitos das PPPs e da valorização salarial dos profissionais.

De acordo com a proposta, o processo será efefivado neste ano e as nomeações devem acontecer em 2017.

“Nós estamos dando como pacificada a questão do concurso. Até porque o Governo já se comprometeu em realizá-lo. O foco dos trabalhadores está em outros dois pontos: a suspensão integral das PPPs e a garantia do piso da categoria na data-base, em maio de 2017”, disse.

Lopes explicou que, com a greve que durou 67 dias, em 2013, a categoria conseguiu, junto ao Governo do Estado, um acréscimo fixo de 7% no salário, no mês de maio, até 2023, para ficar equiparado com servidores de outras categorias.

Porém, para essa equiparação, o percentual destinado aos profissionais da Educação precisaria ser acrescido da Revisão Geral Anual (RGA) .

“Neste ano, o  piso da categoria deveria ser praticado em R$ 2,3 mil. Acontece que, com o projeto do Governo, aprovado na Assembleia Legislativa, os trabalhadores não conseguirão chegar nesse piso. Os trabalhadores solicitam que façam um contraproposta que assegure que o piso será integralizado antes da próxima data-base, que é o mês de maio de 2017”, relatou.

“Respeito”

Henrique Lopes ainda pediu respeito para com os servidores da Educação por parte do Governo do Estado.

Ele lembrou que a greve da categoria foi legitimada pelo Tribunal de Justiça e, por isso, o Executivo não pode tratar o movimento como “birra pessoal”.

“Quem tem acompanhando as declarações do governador Pedro Taques, nota seu comportamento. Ele está tentando pegar uma reivindicação legítima e querer confundir a opinião pública, dizendo que a greve é partidária, que há influência do pessoal do PT. Inclusive, desrespeitando aqueles que não são filiados a partido político e aqueles que são filiados a outros partidos políticos. Nós exigimos um pouco mais de responsabilidade desse Governo”, disse o sindicalista. 

A greve

Os servidores da Educação estão em greve desde o dia 31 de maio. No mesmo dia, outras 27 categorias do funcionalismo público do Estado entraram em greve pelo não pagamento da Revisão Geral Anual (RGA), de 11,28%

Entretanto, o movimento vem perdendo força desde a sanção da lei do Executivo, que fixou a forma de pagamento da revisão inflacionária.

Além do Sintep, permanecem parados os servidores ligados à Associação dos Docentes da Universidade do Estado de Mato Grosso (Adunemat) e ao Sindicato dos Técnicos da Educação Superior da Universidade de Mato Grosso (Sintesmat).

O Sintep não divulgou quantas escolas estão sem aula. No total, as unidades contam com cerca de 400 mil alunos.

A categoria reivindica o pagamento da Revisão Geral Anual  (RGA), a realização de concurso público e a revogação do projeto das PPPs.

A Justiça chegou a declarar o movimento legítimo.

A liminar, assinada pelo desembargador Juvenal Pereira da Silva, afirma que o direito dos servidores da Educação à recomposição salarial está previsto na Constituição.

Texto: MidiaNews