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Ricardo Salles tem sigilos bancário e fiscal quebrados pela Justiça
O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), através da 10ª Câmara de Direito Público, determinou na segunda-feira (18) a quebra dos sigilos fiscal e bancário do atual ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (Novo).
O pedido veio do Ministério Público, que o investiga por um possível enriquecimento ilícito no período em que Salles trabalhou no governo Alckmin (PSDB), em São Paulo, onde ocupou a secretaria particular do governador (2013-2014) e também o cargo de secretário estadual de meio ambiente (2016-2017).
Neste período, o patrimônio do atual ministro teve crescimento superior a 600% – foi de 1,4 milhão, em 2012, para R$ 8,8 milhões em 2018, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
À reportagem, Salles disse não ter receio sobre a análise de dados, já que as declarações de bens foram feitas por ele mesmo, quando se candidatou a vereador, em 2012, e a deputado federal, em 2018.
Em janeiro, ele havia afirmado ao jornal Folha de S.Paulo que seu patrimônio evoluiu por conta de um investimento bem feito. “Comprei este apartamento [um duplex] por R$ 2 milhões, reformei e dividi em dois. Hoje eles valem R$ 6 milhões”, disse na época.
A quebra de sigilo foi inicialmente publicada pelo jornal Estado de S. Paulo e confirmada pela reportagem. O processo corre em segredo de Justiça.
Salles já foi condenado em 1ª instância na Justiça por improbidade administrativa relativa ao período em que comandou a Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo.
Desde que assumiu o Ministério do Meio Ambiente, Salles também passou a colecionar processos movidos por entidades ambientalistas e servidores, junto ao Ministério Público e à Procuradoria-Geral da República, por inação em casos como a fiscalização das queimadas na Amazônia, difamação dos seus funcionários e até mesmo de ONGs como o Greenpeace -que, no fim de outubro, entrou com queixa-crime no STF após Salles ter insinuado pelo Twitter que a organização estaria por trás do vazamento de óleo no Nordeste.
Texto: Folhapress