Savi operava esquema de propina no Detran, diz irmão de Silval

O empresário Antônio Barbosa afirmou que o deputado estadual Mauro Savi (PR) gerenciava um esquema de propina no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT) durante a gestão de seu irmão, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB).

A informação consta na delação que o empresário fez à Procuradoria Geral da República (PGR), homologada pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 9 de agosto.

Além de Antônio e Silval, também são delatores a ex-primeira-dama Roseli Barbosa; o empresário Rodrigo Barbosa, filho do casal; e o ex-assessor de Silval, Silvio Araújo.

Antônio Barbosa, conhecido como Toninho, contou que, em 2011, foi procurado em seu escritório por um servidor de alto escalão, que trabalhava na Casa Civil.

Segundo ele, o servidor relatou a existência de um esquema de retorno ilícito de valores à empresa que gerenciava o sistema de lacre do Detran. O dinheiro obtido, conforme o servidor, era destinado ao deputado Mauro Savi, “que se utilizava de uma empresa de consultoria para receber tais valores”.

“O servidor me indagou se Mauro Savi repassava tais valores a alguém ligado a Silval Barbosa, pois, segundo o servidor, o deputado a todo tempo dizia que repassava parte da propina que recebia ao governador, deixando claro ali que se não existisse repasse o mesmo poderia começar a ser feito diretamente a Silval”, disse Toninho.

Após tomar ciência do esquema, ele disse que perguntou a Silval sobre as declarações do servidor, “tendo Silval respondido que ninguém estava repassando nada”.

“A partir daí, Silval determinou que eu passasse a receber os valores oferecidos e encaminhasse a parte que cabia a Mauro Savi. Eu cheguei a receber umas duas ou três vezes repasses em dinheiro em espécie. Os valores recebidos foram de um total aproximado de R$ 210 mil”, disse Toninho.

O empresário ainda afirmou que após um tempo, foi procurado por um dos sócios da empresa de lacre e que, a partir dali, os repasses passaram a ser feitos diretamente por um representante da empresa, sempre em espécie.

“Os repasses feitos diretamente pela empresa giraram em torno de R$ 400 mil a 500 mil, dos quais a metade era repassada por mim ao deputado Mauro Savi, diretamente a ele, em espécie”.

 

Outro lado

Em nota, o deputado Mauro Savi sustentou que não há nenhuma prova das acusações e que ele não consta na lista de investigados do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

 

Leia a íntegra:

“O deputado estadual Mauro Savi esclarece que não está na lista de investigados do procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot, sobre possíveis casos de corrupção em Mato Grosso, denunciadas a partir das declarações do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).

O parlamentar lembra que a citação quanto a seu nome não possui nenhuma prova, tratando de informações prestadas em termo de colaboração premiada. 

O deputado se coloca a disposição da Justiça para qualquer esclarecimento”.

Texto: MidiaNews