Setor produtivo de Mato Grosso cobra duplicação da BR-163

Suspensas desde março de 2016, as obras de duplicação da BR-163, na região Norte de Mato Grosso, causam preocupação aos produtores e agricultores que precisam das estradas para escoar a safra. Desde o dia 06 de setembro, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) definiu os novos valores das tarifas de pedágio e, apesar das melhorias, os setores cobram pela retomada da obra.

Ao Circuito Mato Grosso, o diretor administrativo financeiro da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Nelson Picoli, salientou que esse aumento causará impactos no setor. “A alegria não é muito grande, porém a Federação entende que o pedágio é uma coisa altamente positiva para a sociedade brasileira. No entanto, nós lamentamos o não cumprimento das obras de duplicação que foram paralisadas e isso é uma grande preocupação do setor”.

A esperança é que o reajuste venha seguido da continuidade às obras, segundo Nelson. “Houve uma diminuição no número de acidentes com as melhorias feitas na rodovia, mas nós esperamos que esse aumento se traduza na retomada das obras e que o Governo entenda que é preciso ser investido dinheiro para construção de novas estradas”, pontuou o diretor.

Ao todo são nove praças de pedágio ao longo do trecho de 850 quilômetros das BRs 163, 364 e 070 em Mato Grosso. Em prática, os valores atuais tiveram acréscimos que variam de R$ 0,40 a R$ 0,90. O índice definido e aprovado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é de 13,3% e a maior parte é referente à inflação no período de 12 meses, que foi de 8,74%.

O restante, 4,46%, é referente à Lei dos Caminhoneiros, que isenta a cobrança de eixos suspensos de caminhões vazios e sobra a tolerância do peso por eixo nos veículos comerciais. A lei entrou em vigor em março de 2015 e se aplica a todas as concessões federais do Brasil.

Assim, há praças onde o preço chega a R$ 3,80, como no pedágio de Nova Mutum e a R$ 7,00 na praça de Sorriso. As tarifas são reajustadas com base no índice de inflação do período (IPCA) e são reajustadas anualmente.

Para o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Elso Pozzobon, a cobrança do pedágio nem é a preocupação maior. “O pior é que nós não vemos a perspectiva de serem feitas as melhorias prometidas, principalmente a questão da duplicação entre o Posto Gil e Sinop (503 km de Cuiabá). Sem essa perspectiva de duplicação a gente fica temeroso”, ressaltou.

Elso explicou que dentro do proposto, o setor já ‘está pagando o serviço de duplicação’, mas as obras estão paralisadas. “Nós não podemos ignorar que houve uma melhoria, não há mais buracos nas estradas, está transitável e aceitável. Agora o que nós choramos e lamentamos é a pequena possibilidade da duplicação ser retomada. Isso (duplicação) seria um ganho considerável para nós”.

Concessionária diz que retomada da obra depende do Governo

Procurada pelo Circuito Mato Grosso, a Rota do Oeste informou por meio de nota que para dar seguimento à obra, ela depende da definição do Governo Federal em relação ao financiamento por parte do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) e cuja liberação era esperada para 2015.

Segundo a concessionária, não há qualquer intenção de paralisar a obra definitivamente e que mantém em Nova Mutum um canteiro, com máquinas e escritório administrativo para que os trabalhos sejam retomados com agilidade quando a situação for resolvida.

Até o fechamento desta edição, o DNIT não havia informado ao Circuito Mato Grosso sobre a retomada da obra de duplicação da BR-163. 

 

Texto: Circuito MT