Sorriso: juiz decreta prisão preventiva de padrasto foragido, suspeito de maus-tratos contra enteada

O juiz Anderson Candiotto, da 2ª vara criminal da comarca de Sorriso, decretou a prisão preventiva de Fernando Lordelo Alves, 30 anos, suspeito de cometer maus-tratos e torturar sua enteada de 06 anos de idade, deficiente visual. A menina foi encontrada na tarde desta sexta-feira (16), em casa, uma joalheria situada no centro da cidade, com lesões no corpo, quadro de desnutrição e febre.

Conforme o Portal Sorriso noticiou há pouco, Fernando fugiu a pé ao ser abordado pela Polícia Militar em casa.

Após o delegado da PJC (Polícia Judiciária Civil) Márcio Portela representar pela prisão de Fernando, o juiz deferiu e decretou a prisão de Fernando que se encontra foragido. A mãe da criança, uma jovem de 21 anos, teve a prisão em flagrante convertida para preventiva.

Segundo Portela, a criança está sob os cuidados do pai e dos avós paternos biológicos.   

Tortura e maus-tratos

Após ser acionada pelo Conselho Tutelar, a Polícia Militar se deparou com as cenas chocantes em uma joalheria, no centro de Sorriso. Segundo denúncias, a criança era torturada pelo padrasto. A mãe, suspeita de ser omissa, foi presa, ouvida pelo delegado, e autuada em flagrante pelo crime de tortura.

De acordo com o delegado Márcio Portela, a mulher, de 21 anos, responderá pelo mesmo crime que o padrasto (caso ele seja considerado culpado) por ter sido conivente.  

Ao chegar no local, a Polícia Militar teve a entrada impedida e, durante isso, o padrasto fugiu. A mãe da criança trancou a porta do banheiro, onde estava a menina cabisbaixa, com lesões recentes na mão e diversos hematomas pelo corpo, além de cicatrizes mais antigas. 

Com mais de 39 graus de febre, a menina, após ser resgatada pea PM, foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA).  

À Polícia Militar, a mulher afirmou que as agressões foram causadas pelo padrasto. Porém, na delegacia, ela mudou a versão e argumentou que as lesões na criança eram provenientes de “brincadeiras” e da própria criança, “que por ser deficiente visual, se lesionava nas paredes e no chão”.  

O delegado ressalta a importância de que pessoas que tenham presenciado agressões contra a criança compareçam na delegacia para que tais depoimentos deem robustez ao inquérito policial.

Portela informou que o padrasto, inclusive, já tem histórico de violência doméstica contra a mãe da criança, e que responde inquérito policial com base na lei Maria da Penha. 

“Pelo o que leva a crer, ele fugiu para não ser preso em flagrante, já que a criança foi encontrada com lesões, apresentando, inclusive, estado de desnutrição e estar com lesões nos olhos”. 

Nos próximos dias, a criança de 6 anos será ouvida uma única vez por meio de depoimento especial. Em desfavor da mãe dela, foi lavrado o auto de prisão em flagrante. 

A mulher foi apresentada nesta sexta-feira em audiência de custódia do Poder Judiciário. “A Polícia Civil entende, pelos elementos colhidos até agora, que houve efetivamente intensos sofrimentos físico e mental por parte da criança perpetrados pelo padrasto com o apoio e conivência da mãe”. 

Caso o crime seja confirmado, o homem também responderá pelo crime de tortura. O pai biológico, segundo o delegado, foi uma das pessoas que denunciou às agressões ao Conselho Tutelar.