STJ nega soltar empresário suspeito de atrapalhar investigação

A ministra Maria Thereza de Assis Moura, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou o habeas corpus que pedia a soltura do empresário Roque Anildo Reinheimer, sócio da empresa Santos Treinamento.

A decisão, em caráter liminar (provisório), foi dada na manhã desta quinta-feira (21). A íntegra do documento ainda não foi publicada.

Roque foi preso no dia 9 de maio, durante a deflagração da 2ª fase da Operação Bereré, que apura esquema de fraude, desvio e lavagem de dinheiro no âmbito do Detran-MT, na ordem de R$ 30 milhões, que operou de 2009 a 2015.

Segundo as investigações, parte dos valores repassados pelas financeiras à EIG Mercados por conta do contrato com o Detran-MT retornava como propina a políticos, dinheiro esse que era “lavado” pela Santos Treinamento – parceira da EIG no contrato –  e por servidores da Assembleia, parentes e amigos dos investigados.

Na denúncia, consta que além de ter se beneficiado da propina e integrar o núcleo de operações da quadrilha, Roque Reinheimer era um dos protagonistas do esquema e tentou atrapalhar as investigações, mediante ameaças, intimidações e extorsões contra o ex-diretor da EIG, José Kobori, e contra o sócio da EIG e delator dos crimes, José Henrique Gonçalves.

No habeas corpus, a defesa de Roque alegou que ele não tem qualquer poder político no Detran e que os valores que a Santos recebeu da EIG foi por conta da sociedade que as empresas tinham no contrato de registro de contratos de alienação fiduciária, “de modo que não subsistiria o argumento de que a primeira seria utilizada para o pagamento de propinas”.

Além de Roque, também foram presos o deputado estadual Mauro Savi (DEM); o ex-secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques e seu irmão Pedro Jorge Taques; o empresário José Kobori e o outro sócio da Santos Treinamento, Claudemir Pereira dos Santos. Nenhum deles conseguiu ser solto até o momento.

Ele disse que as supostas ameaças feitas ao ex-presidente da EIG, José Kobori, datam de 2014 e não poderiam embasar a prisão. O sócio da Santos também negou ter tentado extorquir os sócios da EIG, dizendo que as “visitas” feitas à empresa em março deste ano “não configuraram tentativa de obstrução das investigações criminais, uma vez que sequer teria adentrado no local, não realizando contato com José Henrique ou José Neto”.

Além de ter a soltura negada pela ministra, ele também não conseguiu decisão favorável com o desembargador José Zuquim Nogueira, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT). Saiba mais aqui (fonte).

Texto: Lucas Rodrigues/Mídia News