STJ pede a Perri informações sobre inquérito da Grampolândia

O ministro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), solicitou que o desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, encaminhe com urgência informações a respeito do andamento da investigação da chamada “Grampolândia Pantaneira”.

O despacho é da última quinta-feira (22).

O ministro quer detalhes dos inquéritos policiais contra o ex-secretário de Estado Rogers Jarbas.

É que a defesa de Jarbas entrou com um habeas corpus no STJ para anular os inquéritos e, antes de julgá-lo, o ministro quer saber o andamento e eventual conclusão da investigação. 

O ex-secretário é acusado de atrapalhar as investigações que apurou o esquema de escutas clandestinas no Estado e chegou a ser preso durante a Operação Esdras, em 2018.

No despacho, o ministro citou que as últimas informações prestadas pelo Juízo da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, é de que inquéritos encontram-se com a autoridade policial desde junho de 2019. 

“Solicitem-se informações, com urgência, ao Exmo. Desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça do Mato Grosso, acerca do andamento e eventual conclusão dos Inquéritos Policiais 564549 (n.º 87.132/2017 – TJ-MT) e 564562 (n.º 91.285/2017 – TJ-MT), considerando as últimas informações prestadas pelo Juízo da 7.ª Vara Criminal de Cuiabá-MT, de que os referidos feitos encontram-se com a autoridade policial desde 30/07/2019 para a conclusão das investigações”, pediu o ministro.

Esdras

Além de Jarbas também foram presos na ação o ex-secretário de Casa Civil, Paulo Taques; major Michel Ferronato; o ex-chefe da Casa Militar, Evandro Lesco; seu adjunto Ronelson Barros; a esposa de Lesco, Hellen Lesco; o ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos, Airton Siqueira; o ex-comandante da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa; o coronel Januário Batista; e o cabo Gérson Correa Júnior.    

Em relação a Jarbas, a investigação aponta que ele teria cometido diversos atos no intuito de atrapalhar as investigações sobre os grampos.

Um deles teria sido usar o tenente Michel Ferronato, do setor de Inteligência da Secretaria de Segurança, apontado como seu “braço direito”, para cooptar e coagir o tenente-coronel José Henrique Costa Soares a ajudar o grupo.

Ainda segundo a investigação, o ex-secretário teria obtido um depoimento da delegada Alana Cardoso de forma ilegal, mediante coação, no intuito de investigar de forma transversal o promotor de Justiça Mauro Zaque, autor da denúncia sobre os grampos.

Também pesa contra ele a suspeita de ter transferido uma agente da Sesp para a unidade onde os investigados prestavam depoimentos sobre o esquema, no intuito de obter informações privilegiadas, além de ter concedido dados sigilosos sobre a investigação ao ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques.

Texto: Mídia News