Taxa de desemprego sobe e país tem redução recorde de ocupados

A taxa de desocupação subiu para 13,3% e país teve redução recorde no número de ocupados no trimestre encerrado em junho, segundo a Pnad Contínua, divulgada nesta quinta-feira (6) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

No trimestre anterior, de janeiro a março, a taxa era de 12,2%. No trimestre encerrado em junho de 2019, era de 12%. A taxa de desocupação cresceu devido à queda recorde de pessoas ocupadas:  o número destas pessoas teve redução de 9,6% e a queda foi de 8,9 milhões de ocupados.

Apesar da taxa de desocupação mais alta, o número de desempregados ficou estável: 12,8 milhões frente a 12,9 milhões no trimestre anterior. 

A analista da pesquisa, Adriana Beringuy, afirma que mesmo com o cenário de estabilidade entre a população desocupada, a taxa de desemprego subiu por causa da redução da força de trabalho, que soma as pessoas ocupadas e desocupadas.

“Essa taxa é fruto de um percentual de desocupados dentro da força de trabalho. Então como a força de trabalho sofreu uma queda recorde de 8,5% em função da redução no número de ocupados, a taxa cresce percentualmente mesmo diante da estabilidade da população desocupada”, afirma.

Desemprego por setores

Todos os setores analisados tiveram queda em relação ao número de ocupados. O comércio foi o mais atingido, com 2,1 milhões de pessoas que perderam suas vagas no mercado de trabalho, uma redução de 12,3% em relação ao último trimestre.

Na construção houve uma redução de 16,6%, o que representa menos 1,1 milhão de pessoas trabalhando no setor. Outra perda considerável foi na categoria de serviços domésticos, em que os ocupados foram reduzidos em 21,1% frente ao trimestre encerrado em março. São 1,3 milhão de pessoas a menos nesse grupamento de atividades.

O contingente de pessoas ocupadas na categoria Alojamento e alimentação também teve redução de 1,3 milhão de pessoas (-25,2%).

Carteira assinada

A categoria de trabalhadores do setor privado com carteira assinada perdeu 2,9 milhões de pessoas (-8,9%). Agora o grupo soma 30,2 milhões de pessoas empregadas.

Já os empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada foi estimada em 8,6 milhões de pessoas, uma queda de 2,4 milhões em relação ao último trimestre.

“Da queda de 8,9 milhões da população ocupada, 6 milhões eram de ocupados informais, ou seja, a queda na informalidade ainda responde por 68% da queda da ocupação”, diz Adriana. “Isso faz com que a gente chegue ao menor contingente de trabalhador com carteira assinada na série histórica e mostra que essa queda na ocupação está bem disseminada por todas as formas de inserção, seja o trabalhador formalizado, seja o não formalizado”, afirma. 

Texto: R7