TJ mantém prisão de mulher acusada de mandar matar marido
O desembargador Gilberto Giraldelli, do Tribunal de Justiça, negou habeas corpus e manteve a prisão de Ana Claudia de Souza Oliveira Flor, acusada de encomendar a morte do próprio marido, o empresário Toni Flor.
A decisão foi publicada nesta quinta-feira (14). A íntegra do documento não foi disponibilizada. O crime acontece em agosto de 2020, em frente a uma academia, em Cuiabá.
Ana Claudia foi presa um ano depois, em agosto de 2021, e está recolhida na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto. No HC, a defesa alegou que ela ostenta predicados pessoais favoráveis, por ser ré primária, ter bons antecedentes, residência em endereço fixo, profissão lícita e família constituída e “bem de raiz”.
“A afastar a presunção de que intenciona se furtar de eventual responsabilização penal, sendo, portanto, suficientes e mais adequadas à hipótese as providências cautelares diversas da prisão, previstas no art. 319 do CPP”, fiz trecho do habeas corpus.
Na decisão, o desembargador afirmou não verificar “ilegalidade”, “teratologia” ou “abuso de poder” aptos a ensejar a revogação da prisão.
O caso
Conforme denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), Ana Claudia contratou Igor Espinosa para matar o marido. Ela teria sido auxiliada, segundo o MPE, por Wellington Honorio Albino, Dieliton Mota da Silva e Ediane Aparecida da Cruz Silva.
O valor acordado era de R$ 60 mil, mas a acusada só teria repassado R$ 20 mil. Ainda de acordo com o Ministério Público, o executor gastou todo o dinheiro em festas no Rio de Janeiro.
Toni e Ana Claudia estavam casados há 15 anos, tendo inclusive três filhas. O casamento, no entanto, vinha se deteriorando, notadamente por conta de relacionamentos extraconjugais da acusada, segundo conclusão do inquérito policial. Alguns dias antes de ser morto, Toni teria anunciado a intenção de se separar.
“Inconformada com a anunciada separação e, com a torpe motivação de se apropriar da totalidade dos bens do casal, Ana Claudia começou a engendrar um plano para extinguir a vida de Toni e, para tanto, pediu auxílio à sua manicure e amiga Ediane Aparecida da Cruz Silva na procura por um “matador”, oportunidade em que esta acedeu à macabra solicitação e contactou Wellington Honorio Albino que, por sua vez, com o auxílio de seu amigo Dieliton Mota da Silva, “terceirizou” o serviço homicida, propondo que a execução do crime fosse perpetrada por Igor Espinosa, que aceitou a tarefa”, diz a denúncia do MPE.
Ana Claudia, Igor Espinosa, Wellington Honorio Albino, Dieliton Mota da Silva e Ediane Aparecida da Cruz Silva respondem por homicídio qualificado.