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Passageiros reclamam de “despreparo” da tripulação de avião da Azul
A suposta falta de orientação da equipe responsável pelo voo da Azul que sofreu uma pane na madrugada desta quinta-feira (25), no Aeroporto Marechal Rondon, foi a causa do pânico no interior do avião, relatam passageiros.
Quando as pessoas saíam pelo escorregador inflável, as turbinas ainda estavam ligadas e foi a responsável pela queda de passageiros e a perda de pertences. Nove pessoas ficaram feridas.
O voo, com destino a Guarulhos (SP), foi abortado quando o avião estava para decolar e sofreu uma pane. Dois passageiros confirmaram que, quando o avião já estava na pista, mais ou menos na metade do caminho, as turbinas foram acionadas para a decolagem. Neste momento, os passageiros ouviram um barulho forte e houve uma parada brusca da aeronave.
Bruno de Oliveira, que estava a bordo com a mãe, conta que o piloto emitiu um aviso para aguardar mais instruções, porém não houve mais informações precisas do piloto. “O único relato que teve foi de uma comissária que abriu as portas dianteiras da aeronave dizendo que era para evacuar porque tinha risco de explosão e que possivelmente houve um incêndio. Houve um desespero e pânico”, relembra.
Bruno e a mãe estavam nas poltronas 13A e 13B, próximo da saída de emergência. Com o pânico, dois rapazes que estavam nesses locais saíram correndo para frente da aeronave. Nesse momento foi que ele pulou da poltrona e fez a abertura das portas de emergência que dão acesso à asa do avião.
Outro passageiro ouvido pela reportagem, que preferiu não se identificar, relata que não ouviu ao certo de onde veio a orientação, mas que as pessoas começaram a sair e muitas estavam desesperadas.
“Começaram a abrir as portas e abriram também os escorregadores da saída de emergência. Só que nos [escorregadores] de trás a turbina estava ligada e algumas pessoas acabaram caindo e tiveram escoriações”, relatou a testemunha.
De acordo com Bruno, as comissárias relataram que era para ter evacuação total devido ao risco de explosão. “Só que teve um problema na parte de trás, porque o tapete amarelo (escorregador) não se estendeu, porque a turbina da aeronave ainda estava ligada. Então não tinha como pular”, disse ao Mídia News.
A evacuação ocorreu apenas pela asa e saída frontal da aeronave. Bruno ainda ressalta que o desespero fez com que muita gente se machucasse. A mãe dele teve várias escoriações, ele algumas mais leves.
O ponto central para o desespero dos passageiros foi a falta de informações precisas da equipe de bordo, pontua o cliente. “Não tivemos instrução nenhuma durante a evacuação. Porque não houve comissárias para instruir. Não tivemos uma instrução precisa dos pilotos. Eles só avisaram da evacuação, mas não tiveram o controle da situação. Simplesmente gritaram e aí todo mundo entrou em desespero. Ficamos das 2h da manhã até às 5h40 aguardando para ver se tinha alguma notícia”.
“Foi uma coisa bastante catastrófica. Não foi só um ato que eles dizem ser um procedimento comum de acontecer. Houve um despreparo total ali da equipe”, complementa. Bruno disse que não remarcou o voo porque a mãe ainda está traumatizada com a situação.
A companhia Azul disse, por meio de nota, que lamenta os fatos e está prestando todos auxílios para os clientes. A empresa foi questionada sobre a atuação situação dos passageiros que precisaram de atendimento médico. Segundo a Azul, “a maioria dos Clientes hospitalizados já foi liberada. Apenas um deles permanece no hospital, por recomendações médicas. Representantes da Azul estão acompanhando e prestando toda a assistência necessária”.
A Centro-Oeste Airports (COA) informou que também “prestou todo o apoio necessário com suas equipes em solo para a companhia e os passageiros durante o ocorrido”. Segundo a COA, devido a situação, as operações no aeroporto ficaram paralisadas entre 2h03 e 4h03 da manhã desta quinta. Três voos sofreram atrasos. Porém, a situação já foi normalizada e as operações do terminal seguem regularmente.