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Zanatta será denunciado por obstrução de justiça ‘com possível auxílio de Emanuel’
A defesa de Silvio César Corrêa Araújo, ex-chefe de gabinete do governador Silval Barbosa, denunciará ao Supremo Tribunal Federal (STF) o ex-secretário de Indústria e Comércio do Estado Alan Zanatta por obstrução de justa, com possível conhecimento e participação do prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (PMDB). A denúncia, que pode ensejar até mesmo a prisão preventiva, será sustentada pelo advogado Vitor Azevedo Borges, que descartou a anulação da delação.
Em nota publicada nesta sexta-feira (22), Borges, em conjunto com o advogado Delio Lins e Silva Júnior, que faz a defesa do ex-governador, reafirma a autenticidade do acordo de colaboração premiada firmada pelos réus.
Em áudio revelado nacionalmente na noite desta quinta-feira (21) pelo site do jornal Folha de S. Paulo, o ex-secretário Alan Zanatta põe em cheque as delações de Silval e seu ex-chefe de gabinete. Silvio pode ter sido omisso no processo de delação perante o Supremo Tribunal Federal (STF). A gravação foi feita em 28 de agosto pelo ex-secretário. Silvi César teria insistido para conversar com Zanatta que, temendo o delator, decidiu gravar a conversa.
“A única novidade que se tem no áudio é uma aparente tentativa de obstrução de justiça por parte de Alan Zanatta, com possível participação de Emanuel Pinheiro para tentar justificar a todo custo o injustificável, que são as flagrantes imagens de recebimento de propina por parte do atual prefeito e outros deputados. Ao final, o áudio revela também que Alan Zanatta afirma que nada acontecerá com Emanuel Pinheiro, pois ele já teria a ‘maioria na Câmara’, o que pode revelar outros possíveis crimes por parte do atual prefeito”, afirma a nota assinada pelas defesas.
Ao Olhar Jurídico, o advogado Vitor Azevedo Borges explica a afirmação. “Esse áudio foi parar na PGR, na defesa do prefeito, segundo consta. Se foi parar na defesa do prefeito é porque ele tem interesse, é presumível. Sem querer lançar acusações contra ninguém, tudo indica isso. Não é o fato de o prefeito ter o áudio consigo, mas dele ter sido usado na defesa do prefeito. Como Zanatta grava um áudio e de repente ele aparece na defesa do Emanuel, na PGR?”.
Outra suspeita vem do final do áudio da conversa entre Silvio César e Alan. O advogado explica. “Uma coisa ficou bastante clara no final do áudio: quando eles falam sobre possível cassação, o Zanatta fala ‘não se preocupe com isso não, pois na Câmara está resolvido’. Está resolvido como? Isso precisa ser apurado melhor”.
Sobre as providências para o delator Silvio César, a defesa adianta ao Olhar Jurídico que denunciará o ex-secretário. “É o pedido que vou fazer, em relação ao Zanatta, obstrução de justiça. A prisão, eles (do STF) que irão decidir. Mas que ele tentou obstruir a justiça, disso não tenho dúvidas. Zanatta, friso, Zanatta tentou obstruir a justiça, possivelmente com auxilio ou aquiescência do Emanuel Pinheiro, possivelmente, isso os órgãos responsáveis é que deverão investigar melhor”.
Questionado se foram surpreendidos por Alan Zanatta, Vitor Borges nega. “Não. Sempre tive certeza de que o Silvio não omitiu nenhum fato. Então já sabia que poderia ser uma estratégia espúria para que alguém pudesse tentar justificar o injustificável”.
Sem omitir patrimônio:
Na nota emitida nesta sexta-feira (22), as defesas de Silval Barbosa e Silvio César esclarecem que “não há nada no áudio que não seja de conhecimento da PGR” e que “Silvio Cezar não omitiu qualquer patrimônio. Todo seu patrimônio foi devidamente comunicado à PGR. O garimpo referido no áudio não é de sua propriedade, tal como ventilado de forma distorcida pela imprensa, mas sim da família de Silval”.
Sobre o vídeo em que o ex-deputado e atual prefeito Emanuel aparece embolsando dinheiro, a defesa reafirma. “As gravações entregues na PGR são autênticas e foram entregues na sua originalidade, não havendo qualquer tipo de edição”.
“No áudio, em nenhum momento o colaborador Silvio afirma que elas estão fora de contexto, pois quem menciona isso é o próprio Alan Zanatta, na frustrada tentativa de a qualquer custo produzir prova supostamente no interesse da defesa de Emanuel Pinheiro. As gravações entregues pelo colaborador Silvio são claras, e podem ser submetidas a todas as espécies de perícia. Ao contrário do mencionado por alguns sites , trata-se de nítido caso de pagamento de propina ao então deputado Emanuel Pinheiro (atual prefeito) e aos demais deputados que compareciam para receber propina em uma verdadeira fila indiana”.
Conclui a nota: “Silvio Cezar continua à disposição da justiça na condição de colaborador e assim procederá cumprindo todas as cláusulas do acordo. Assina: Victor Azevedo Borges e Delio Lins e Silva Júnior”.
Texto: Olhar Direto