Donos de ‘Hospital espiritual’ são acusados de esquema; Gaeco aponta faturamento de R$ 8 milhões

O Ministério Público do Estado (MPE) interpôs ação civil pública, com pedido de liminar, em desfavor de Flávio Ferreira Teixeira (médium), Sabino Maggioni e Hilário Bosing. Eles são acusados de comandarem um “hospital espiritual”, localizado no distrito de Piratininga, no município de Nova Ubiratã, com a finalidade principal de auferir lucro, segundo denúncia.

De acordo com o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), os réus comandam um suposto esquema para “ludibriar as pessoas movidas por sua fé e suas crenças”.

Porém, ao Cidade Alerta, muitos pacientes disseram que não pagaram nada pelas ‘consultas’

Investigação

A equipe do Gaeco esteve nos municípios de Sorriso e Nova Ubiratã para investigar o caso que foi aberto pelo MPE em 2016, conforme o Portal Sorriso MT noticiou. Relembre AQUI.

Consta no processo do Ministério Público que os acusados fizeram, em média, 200 consultas por dia somente no ano passado. Cada uma delas, segundo a denúncia, custou em torno de R$100, o que rendeu um lucro de quase R$ 8 milhões no ano passado, sem incluir o cálculo do valor recebido pelas cirurgias.

O inquérito do MPE foi instaurado “visando apurar informações sobre a prática de cura, consultas e ‘cirurgias espirituais’ mediante cobrança ou ‘doações espontâneas’ com a finalidade de auferir lucro”. Consta, ainda, no documento do Ministério, que o “hospital” dá preferência às pessoas com maior poder aquisitivo e que os mantenedores da unidade chegam a receber por um procedimento aproximadamente R$ 17 mil.

A denúncia aponta que Flávio Teixeira e Sabino Maggioni atendem às pessoas, efetuam as consultas, prescrevem e ministram medicações sem nenhuma comprovação científica de resultados ou contraindicações.

Ainda conforme os relatórios elaborados pelos agentes do Gaeco, Sabino Maggioni e Hilário Bosing comandam o esquema “para ludibriar as pessoas”. Porém, os acusados alegam que vivem de doações.

Mas, segundo o Gaeco, na recepção do ‘hospital’ há a informação de que a consulta custa R$ 100 e que supostamente as vítimas assinam um caderno para constar que o valor recebido foi entregue como forma de doação.

Para o Mininistério Público, “a prática realizada por eles se constitui como crime, dentre os quais se destacam estelionato, curandeirismo, bem como explorar a ingenuidade e crença das pessoas simples iludindo-as de que serão curadas, e exercício ilegal da medicina”.

Por esse motivo, foi determinada a interdição do estabelecimento, bem como a busca e apreensão de objetos, documentos, dinheiro, materiais utilizados nas atividades e outros elementos que possam servir como prova.

Também foi decretada a quebra de sigilo bancário dos réus, bloqueio dos bens e valores pertencentes aos requeridos.

Apreensão de arma

Ontem (22) à tarde, por volta das 13h50min, o Gaeco – por meio de um mandado de busca domiciliar – encontrou na casa do produtor rural Sabino Maggioni, na rua São Conrado, no centro de Sorriso, uma arma de fogo tipo revólver, calibre 38, com seis munições.

Maggioni foi detido, mas depois foi liberado após pagamento de fiança.

A reportagem tentou contato com as pessoas envolvidas no caso investigado pelo MPE, mas não houve êxito.

Confira AQUI a reportagem completa no Cidade Alerta, programa da TV Sorriso (Record).

Texto: Redação Portal Sorriso MT