Rombo da Caramuru ao erário pode chegar a R$ 100 milhões

O delegado Lindomar Tófoli, integrante da Delegacia Fazendária (Defaz) de Mato Grosso, afirmou em coletiva de imprensa que o valor corrigido do rombo da empresa Caramuru Alimentos S.A. causou ao erário estadual chega a quase R$ 100 milhões.

As informações foram fundamentadas na investigação da “Operação Zaqueus”, deflagrada hoje, 3 de maio. A coletiva foi realizada  na sede da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP).

Segundo a investigação da Defaz, foram pagas propinas na ordem de R$ 1,8 milhão pela empresa para que os agentes beneficiassem à empresa Caramuru Alimentos A/S, reduzindo a autuação da empresa de R$ 65,9 mi para aproximadamente R$ 315 mil.

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De acordo com o delegado Lindomar Tófoli, a quantia devida pela Caramuru Alimentos S.A. ao erário pode chegar a R$100 milhões. Entretanto, deverá ser calculada com mais cuidado no decorrer das investigações. “Tem que ser verificado agora, e isso é uma atribuição da Secretaria de Fazenda, se o montante devido ao Estado é efetivamente esta quantia. A empresa se dispôs a pagar os valores”, afirmou Lindomar Tofoli.

“Tivemos um advogado que procurou o CIRA e com o doutor Márcio afirmou que havia sido utilizado para fazer lavagem de um dinheiro que tinha por objetivo pagamento de propina para diminuir o tributo que seria devido por uma empresa”, Maria Alice Amorim, titular da Defaz, que coordena às investigações. Questionada se houve colaboração premiada, a investigadora corrige. “É um interrogatório policial à que ele foi submetido”.

“Todas as pessoas que tiveram participação direta com o pagamento da propina e com o benefício recebido por ela serão indiciados e responsabilizados criminalmente”, adiantou a Amorim.

Os oficiais também pontuaram que os fatos investigados nesta operação não guardam qualquer relação com as denúncias feitas em período eleitoral pelo então candidato a prefeitura de Cuiabá Wilson Santos envolvendo o prefeito eleito Emanuel Pinheiro e seus parentes.

“Essa denúncia não guarda nenhuma relação com a denuncia trazida pelo candidato Wilson Santos a Delegacia Fazendária”, pontuou Maria Alice Amorim.

O outro lado

Em nota, a empresa Caramuru Alimentos alegou que “trabalha pela consolidação de um ambiente de negócios guiado pela ética, competência técnica e transparência” e que por isto adota “postura corajosa” de “corrigir irregularidades”.

Ainda em nota, afirma que foi vítima de extorsão por agentes públicos e que adota postura para colaborar com as investigações.

Texto: Olhar Direto